Fusão Renault/Nissan: o que eu entendi até agora

Quando eu ouvi falar a primeira vez da fusão das empresas Renault e Nissan, meu primeiro pensamento veio para o mercado de capitais, imaginei que a Renault-Nissan passaria a ser negociada sob apenas um código de papel, uma única ação, fiquei tentando imaginar em qual Bolsa de Valores o papel passaria a ser negociado (Paris? Tokyo? Frankfurt? New York? London?)

A estrutura de capital da nova empresa me parecia mais uma questão de conta algébrica entre Renault e Nissan, para decidir qual participação societária cada um teria na composição da nova empresa.

Agora passei a entender também que é muito uma questão de quem vai mandar na nova empresa. O governo francês, dono da Renault, não deve querer ceder o controle para uma empresa japonesa, politicamente seria um desastre. A Nissan, hoje uma empresa muito maior do que a Renault, certamente quer o controle, tem gama muito maior de produtos, acesso a muito mais mercados além de vantagens em tecnologia.

A fusão provavelmente muitas demissões, e talvez a médio prazo acabará com uma das duas marcas. Quando ouvi falar do assunto a primeira vez, só se falava muito em sinergia, economia de escala, compartilhamento de plataformas e peças, compras conjuntas, economia de custos.